Que ela não queria me
ensinar.
POLÍTICA
Um de meus
primeiros contatos com a política foi na escola, por volta da sexta ou sétima
série (naquela época, não existia esse negocio de nono ano). O primeiro contato
mesmo era ficar imitando o Dr. Enéas Carneiro toda vez que ele aparecia em sua
campanha na televisão ao som da quinta sinfonia de Beethoven xingando os outros
candidatos com os impropérios mais cultos que alguém poderia proferir. (Ex.
Acéfalos e apedeutas). Enfim.
Essa é a campanha dele como deputado federal, eu imitava a campanha a presidência, mas não encontrei nenhum vídeo decente dessa no Youtube.
Voltando para a sexta ou sétima
série, exatamente quando resolvi montar uma chapa para concorrer no grêmio da escola. Convoquei
alguns amigos e fizemos uma chapa totalmente controversa na qual eu era o
companheiro presidente. Baseamos praticamente nossa campanha em propagandas
sensacionalistas, levando em conta a fama que os integrantes da chapa tinham
devido às incontáveis visitas a diretoria. Imaginei que ganharíamos votos
devido a essa fama, já que era no mínimo engraçado imaginar o corpo docente
tendo que lidar com aquela turma de arruaceiros sem represálias, advertências,
suspensões, etc, já que seriamos os representantes dos estudantes. Uma de
nossas táticas de campanha inclusive foi distribuir balas entre os mais novos
com o intuito de comprar seus votos, o que não funcionou, devido a uma incrível
consciência política já desenvolvida na terceira série.
Obviamente nós perdemos a eleição
para a chapa concorrente, também da minha sala. Pouco antes da votação até
tentamos mudar o rumo da campanha e apresentamos algumas propostas sérias, mas
já era tarde. O estrago estava feito e foi refletido no nosso massacre nas
urnas.
***
No ano seguinte, o companheiro
vice-presidente de minha chapa, resolveu montar a sua própria e me convidou
para assumir o cargo de vice-presidente. Acabei aceitando mesmo traumatizado,
porque me disseram que o vice não fazia nada e ainda podia sair da aula para as
reuniões com a diretoria e tal.
Dessa vez resolvemos fazer a
coisa direito (resolvemos porque era a mesma chapa, só que com cada integrante
exercendo uma função diferente).
Tínhamos propostas, não tentamos
comprar votos, participamos do debate com argumentos e propostas, totalmente ao
contrário de nossos adversários, dessa vez uma criançada mais nova de outra
sala, que rasgavam nossos cartazes e compravam votos distribuindo bombons para
a criançada. É engraçado como um bombom pode destruir uma incrível consciência
política desenvolvida em qualquer série. Perdemos novamente e ainda ficamos sem
entender. É claro que o fato da chapa concorrente ser composta por um pessoal
mais cari$mático
que o da nossa pode ter ajudado também.
A única eleição que eu acabei
vencendo naquela escola foi a de “garoto mais bonito” só que com votos de
protestos. E eu nem tinha me candidatado. Mas existia uma semelhança entre ser
o “aluno mais bonito da escola” e ter uma chapa eleita para o grêmio: ambos os
títulos não significam nada.
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